Dados geoespaciais na berlinda: A representação do complexo mundo real pelos nossos limitados olhos

No desafio da integração entre a tecnologia da informação e geociências (TI+GEO), o dado geográfico fica na berlinda. O entendimento mais completo sobre este dado demanda conhecimentos das ambas as áreas. Apesar de importantes, talvez hoje a principal dificuldade não esteja nas definições de matricial/vetorial ou escala e precisão, mas sim no entendimento da epistemologia da representação do mundo por meio de dados geográficos. No sentido de contribuir nesta direção, ressaltam-se alguns pontos sobre a limitação de tal representação.

Diversos filósofos se debruçaram sobre o tema da percepção humana, onde um dos trabalhos mais importantes foi do Immanuel Kant, que define que o processo de percepção não é passivo, mas um processo de construção de uma experiência, acrescentando memórias, afeto, raciocínio e outras qualidades subjetivas ao indivíduo. Kant e outros pensadores, cada um em sua linha e contemporaneidade, definem que percebemos e entendemos o mundo não como ele é, mas o reconhecemos por meio das qualidades e limitações de nossas percepções. Sendo assim, quando duas pessoas observam um mesmo objeto, a percepção pode não ser equivalente e muito menos será completa.

Mas o que essa conversa filosófica tem a ver com o dado geográfico? Tudo, pois o dado geográfico é uma interpretação do mundo real dotada nas limitações da percepção humana.

Este artigo é parte da MundoGEO 74, edição da revista que já está disponível publicamente no Portal MundoGEO. Acesse e veja na íntegra o artigo Dados Geoespaciais na Berlinda.