A identificação de 117 Áreas Protegidas (A.P.) na América do Sul em situação crítica – com probabilidade de nível muito alto e alto de queimadas e incêndios, entre os meses de agosto e outubro de 2020 – foi divulgada na Nota Técnica elaborada por cientistas brasileiros e britânicos, publicada na plataforma internacional do ResearchGate.
O documento traz, também, as recomendações técnicas para apoiar as tomadas de decisão e as estratégias de planejamento para mitigar o risco e os impactos desses eventos.
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A elaboração da Nota Técnica “Probabilidade de queimadas e incêndios florestais nas áreas protegidas da América do Sul”- nos idiomas Português, Inglês e Espanhol – teve a coordenação da pesquisadora Liana Anderson, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações- e a colaboração do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e do Met Office -Serviço Meteorológico do Reino Unido. O trabalho científico desenvolvido estão dentro dos projetos : CSSP-Brasil (Newton Fund), MAP-FIRE (IAI), PRODIGYbiotip (German BMBF) e CNPq /MCTI (Acre-Queimadas , Projeto Sem Flama) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
O trabalho científico aponta que no total dessas áreas protegidas, existem mais de 287 mil quilômetros quadrados em situação de Alerta Muito Alto e 146 mil quilômetros quadrados em Alerta Alto de queimadas e incêndios em todo o continente sul-americano, nos próximos três meses.
“Os incêndios na América do Sul, atualmente, estão em seu nível mais alto, desde quando começou o monitoramento sistemático em 1998. Neste ano, durante os meses de março, abril e maio, os picos de calor atingiram, respectivamente, 17%, 32% e 9% acima dos picos históricos registrados anteriormente”
destaca a pesquisadora do Cemaden, Liana Anderson
A pesquisadora lembra que, internacionalmente, as Áreas Protegidas são reconhecidas como
“espaço geográfico definido, reconhecido, dedicado e gerido, através de meios legais ou outros igualmente eficazes, com o objetivo de garantir a conservação a longo prazo da natureza, juntamente com os serviços ecossistêmicos e os valores culturais associados”
O relatório alerta sobre os impactos das queimadas e incêndios, afetando pessoas, ecossistemas e o clima. Entre esses impactos provocados por esses eventos, por exemplo, no clima, os efeitos do aumento das secas prolongadas refletindo na agricultura e economia. Pelo desmatamento e incêndios florestais, estimou-se cerca de três mil mortes prematuras, anualmente, na América do Sul.
Entre as informações técnico-científicas apresentadas pelos pesquisadores na Nota Técnica, estão as previsões sazonais de temperatura e precipitação, a tendência de incêndios, métodos e classes dos usos das áreas protegidas, além das recomendações técnicas para mitigação do risco e impactos.
Com informações e imagens da Ascom/Cemaden
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