O Amazonia-1, primeiro satélite de observação da Terra completamente projetado, integrado, testado e operado pelo Brasil, chegou à base de lançamento em Sriharikota, na Índia, ainda no final de 2020, e seguiu para a primeira fase de inspeção, realizada pela equipe do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (INPE/MCTI).

O projeto é coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e desenvolvido com apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTI).

Os containers com o satélite e seus equipamentos foram levados para o Prédio de Preparação de Satélites da Organização Indiana de Pesquisa Espacial (Indian Space Research Organization – ISRO) e seguem para mais duas instalações, em preparação para seu lançamento.

Nessa primeira instalação, os containers foram abertos e seu conteúdo inspecionado pela equipe, que começou, então, a montagem dos equipamentos de teste e suporte, mecânicos e elétricos, tanto na Sala de Integração (área limpa), como na Sala de Controle do satélite.

Após passar por todas as instalações, a previsão é que o Amazonia-1 seja colocado em órbita terrestre no próximo mês (fevereiro), pelo lançador Polar Satellite Launch Vehicle (PSLV) da IRSO, a partir do Centro Espacial de Satish Dhawan. O satélite ficará numa altura de 700 quilômetros e terá a missão de fornecer dados (imagens) de sensoriamento remoto para observar e monitorar o desmatamento, especialmente na região amazônica.

Amazonia-1

Com seis quilômetros de fios e 14 mil conexões elétricas, o Amazonia-1 será o terceiro satélite brasileiro de sensoriamento remoto em operação junto ao CBERS-4 e ao CBERS-4A. O Amazonia-1 é um satélite de órbita Sol síncrona (polar), que irá gerar imagens do planeta a cada cinco dias. Para isso, possui um imageador óptico de visada larga (câmera com três bandas de frequências no espectro visível VIS e 1 banda próxima do infravermelho Near Infrared ou NIR) capaz de observar uma faixa de aproximadamente 850 quilômetros com 64 metros de resolução.

Sua órbita foi projetada para proporcionar uma alta taxa de revisita (cinco dias), tendo, com isso, capacidade de disponibilizar uma significativa quantidade de dados de um mesmo ponto do planeta. Sob demanda, o Amazonia-1 poderá fornecer dados de um ponto específico em dois dias. Esta característica é extremamente valiosa em aplicações como alerta de desmatamento na Amazônia, pois aumenta a probabilidade de captura de imagens úteis diante da cobertura de nuvens na região.

Os satélites da série Amazonia serão formados por dois módulos independentes: um Módulo de Serviço, que é a Plataforma Multimissão (PMM); e um Módulo de Carga Útil, que abriga câmeras imageadoras e equipamentos de gravação e transmissão de dados de imagens.

Com informações e imagens da AEB

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