Novas dimensões nas resoluções espaciais, espectrais, radiométricas e temporais tornaram-se disponíveis nos últimos anos. Vivemos um momento muito promissor com o crescente progresso dos sistemas de observação da Terra.

Em meados de outubro de 2010, a consultoria internacional Euroconsult divulgou um estudo, intitulado Satellite-Based Earth Observation, Prospects to 2019, fazendo uma referencia às previsões de satélites a serem lançados. O estudo aponta um crescimento pela procura de dados de alta resolução. Esta tendência já é percebida por iniciativas como a da rede de observatórios ecológicos (Neon, na sigla em inglês) nos EUA. No final de 2009, 24 satélites comerciais estavam disponíveis, oferecendo dados de alta resolução. Este número deverá aumentar para mais do dobro nesta década.

Os dados levantados no relatório apontam que, nesta década, serão lançados nada menos que 267 satélites óticos e radar, de observação da Terra. Muitos destes serão estatais e também comerciais. Nos dez anos anteriores ao estudo, foram lançados apenas 107 satélites.

Países emergentes serão responsáveis por 75 satélites, um aumento de quatro vezes em relação à primeira década deste século. Um total de 41 países deverão ter pelo menos um satélite de observação da Terra em operação até 2019, contra apenas 26 até 2010. Além de atender às necessidades locais, um satélite é também um primeiro passo, relativamente de baixo custo, para um programa espacial governamental.

Há de se exaltar também o grande esforço dos programas espaciais para desenvolver este setor, visto que aumentar a resolução espacial acarreta em aumento considerável do volume de dados, e isso se reverte em custos elevados. Com referência à resolução espectral, existe tecnologia para segmentar ainda mais as faixas do espectro eletromagnético mais utilizadas, gerando informações cada vez mais específicas dos alvos terrestres. A resolução radiométrica é apontada como a tecnologia com menor impacto no custo de um projeto de satélite. Aumentar a radiometria para mais de 8 bits não acarreta mais do que 10% no custo final do projeto, consequentemente há uma tendência dos novos sensores contemplarem sempre resoluções radiométricas superiores a 8 bits. Quanto à resolução temporal, observamos satélites cada vez menores e mais rápidos, sendo que alguns programas contam com uma constelação de satélites com tempo de revisita de aproximadamente cinco dias no nadir, se compararmos aos 16 dias de duração do Landsat. Aliados a essa rapidez, há tecnologia para alterar o ângulo de visada do sensor, garantindo revisitas em tempo ainda menor, resguardando-se os problemas que isso acarreta.

Há indicativos e uma expectativa de crescimento e melhorias, logo, vamos observar não só o aumento na quantidade de dados, mas também um aumento na precisão, pontualidade e agilidade de entrega dos dados, assegurando qualidade. Estes aspectos garantem a continuidade de crescimento do setor e melhorias nos serviços operacionais.

Wilson Anderson Holler
Engenheiro cartógrafo da área de gestão territorial estratégica da Embrapa Monitoramento por Satélite
holler@cnpm.embrapa.br

 

Paulo Martinho
Engenheiro agrônomo, mestre em agricultura tropical e subtropical. Atua na área de gestão territorial estratégica da Embrapa Monitoramento por Satélite
paulo@cnpm.embrapa.br