Avanços nos últimos 15 anos em Sensoriamento Remoto

Desde 1859, com Gaspard Felix Tournachon o “Nadar” tomando fotos de um balão para reconhecimento terrestre e hoje utilizada em estudos de composição físico-química dos objetos, o sensoriamento remoto evoluiu muito.

Antes de 1972, a ideia de usar dados de satélite para monitoramento da terra, mapeamento, ou exploração era um conceito visionário. A série de satélites Landsat revolucionou a forma como os seres humanos veem e estudam o nosso planeta. A série é o maior registro quase contínuo de mudanças na superfície da Terra vista do espaço e foi o único sistema de satélite projetado e operado para observar várias vezes a superfície terrestre global em resolução moderada. A Missão de Continuidade de Dados Landsat (LDCM) ganhou novo fôlego recentemente, com o lançamento do oitavo satélite da série.

Desde 1998 foram lançados mais de 90 satélites com sensores ativos e passivos embarcados. Avançamos nos sensores aerotransportados e na disseminação dos VANTs.

Nos últimos 15 anos, a resolução espacial dos satélites aumentou de 10×10 metros (o tamanho do pixel) para 41×41 centímetros, que representa um acréscimo de 615 vezes, aumentando a capacidade de interpretação das imagens de satélite.

Impulsionada pela crescente demanda da indústria, governo, academia e militar para atualização, mais detalhada, diversificada e confiável de informação geoespacial, muitos satélites óticos e de radar de observação da Terra têm sido desenvolvidos para coletar dados com uma grande cobertura da superfície com maior detalhe e aumento da taxa de revisita (alguns com o objetivo de atualização diária). Câmeras digitais e scanners Lidar aerotransportados também foram desenvolvidas e tornaram-se tecnologias tradicionais, nos últimos anos, na indústria de mapeamento e outras áreas para a coleta de dados 2D e 3D de alta precisão.

Junto com o rápido desenvolvimento de tecnologias dos sensores, novos problemas e desafios técnicos surgiram. Trouxe grandes desafios para o desenvolvimento da tecnologia de extração de informações, mas também grandes oportunidades na geração de informação geoespacial mais precisa e confiável. A pesquisa sobre o desenvolvimento de tecnologia para melhorar a extração de informações tornou-se mais importante do que nunca.

As tecnologias e aplicações do sensoriamento remoto têm experimentado um avanço revolucionário em várias áreas, incluindo o desenvolvimento de sensores, softwares e aplicações.

Na área de desenvolvimento de sensores, os domínios da tecnologia de sensores (óticos, radar e laser) têm demonstrado evolução:

• Em sensoriamento remoto ótico, a resolução espacial das imagens de satélite aumentou enormemente, de metros a sub-métrico

• Em sensoriamento remoto de radar, a resolução espacial de imagens de radar aumentou também, de dezenas de metros para menos de um metro, e a capacidade dos sensores tem melhorado, da coleta de imagens com uma polarização para a captura de imagens multipolarizadas

• No sensoriamento remoto por Lidar, nos últimos dez anos a tecnologia de sensor laser aéreo tem se desenvolvido para a captura de dados mais precisa e coleta de nuvens de pontos xyz de uma forma mais automatizada

As primeiras câmaras aéreas digitais foram apresentadas à comunidade fotogramétrica em 2000 no congresso do ISPRS em Amsterdam. Agora, câmeras digitais/sensores aerotransportados de 50 a 5 centímetros de resolução são cada vez mais utilizadas pela indústria de mapeamento. As câmeras tradicionais baseadas em filme estão sendo gradualmente substituídas.

No desenvolvimento de software, vários avanços foram alcançados para utilizar e extrair melhor as informações disponíveis a partir de imagens de sensoriamento remoto, apesar de que o progresso ainda é muito aquém do avanço da tecnologia de sensores e da demanda dos usuários finais para resolver diversos problemas.

O sensoriamento remoto tornou-se, rapidamente, uma fonte de informações indispensáveis em muitas aplicações profissionais onde é necessária informação de localização. Gestão de recursos naturais, planejamento urbano, desabamento de encostas, e aplicação de leis ambientais são apenas alguns exemplos onde as informações de sensoriamento remoto têm desempenhado um papel fundamental.

Uma das mais influentes aplicações de sensoriamento remoto que surgiu nos últimos dez anos é o lançamento do Google Maps em 2004 e Google Earth, em 2005, que iniciou a revolução por trazer a aplicação de sensoriamento remoto de áreas restritas, como o governo, pesquisa e indústrias, para usos na vida cotidiana das pessoas e que agora consigo explicar a minha mãe uma das minhas áreas de atuação.

Wilson Anderson HollerWilson Anderson Holler

Engenheiro cartógrafo, analista GIS, supervisor do Núcleo de Análises Técnicas da Embrapa Gestão Territorial

wilson.holler@embrapa.br