O Programa Espacial Brasileiro e os desafios enfrentados pelo setor foram temas do bate papo entre o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Astronauta Marcos Pontes e o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), autarquia do MCTI, Carlos Moura. A conversa realizada no último domingo, (4/10) faz parte das programações do 1º Mês Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

O evento, organizado pelo ministério, programou a participação de cada uma das 27 vinculadas do MCTI com um dia para cada uma realizar palestras, workshops e outras atividades virtuais pelo canal do MCTI no YouTube.

Durante a conversa com o ministro o presidente da AEB revelou que o maior desafio da agência é colocar um satélite em órbita usando um Veículo Lançador Nacional – VLN. Moura explicou que existem alguns projetos em estudo, porém o projeto depende do engajamento e de mais recursos.

“Estamos trabalhando no desenvolvimento de um motor mais possante que é o S50, projeto realizado em parceria com a indústria nacional em São José dos Campos (SP). Ele incorpora uma série de avanços tecnológicos. Pretendemos começar os testes do motor em 2021 e fazê-lo voar até 2022”

Moura declarou também que é comum o fato de muitas pessoas questionarem se faz sentido o Brasil, um país que tem problemas básicos como saneamento, investir no setor espacial. Ele explica que essas pessoas acham que o espaço é algo que está muito distante fora de suas realidades:

“Com a pandemia do coronavírus coisas que citávamos como exemplos da tecnologia espacial viraram exemplos concretos como por exemplo a telemedicina e a teleeducação”

O dirigente da AEB lembrou também de questões de mobilidade urbana que beneficiam muitas pessoas:

“Quantas pessoas que usam aplicativos para pedir comida ou um transporte? Todas essas tecnologias só são viáveis pois existem sistema espaciais que dão um amparo, permitem uma infraestrutura para isso”

Outro exemplo de como as tecnologias espaciais fazem parte do nosso dia a dia, citado pelo presidente da AEB, são os brasileiros que estão passando por necessidade e precisam da ajuda temporária do governo por meio do auxílio emergencial. Moura explica que os dados deles foram incluídos digitalmente e essa aplicação digital só funciona porque o sistema bancário tem o suporte de uma rede de computadores suportada com a tecnologia espacial:

“Queiram ou não, tenham dinheiro ou não, de uma camada mais humilde até um empresário que possui um jatinho, todos usam a tecnologia espacial. Gosto muito de citar o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) que levou internet banda larga para muitas regiões remotas do Brasil em especial no norte e nordeste”

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, destacou que a AEB tem trabalhado em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), unidade de pesquisa do MCTI, e reconhece que existem restrições orçamentarias:

“É preciso fazer um trabalho coordenado, não adianta apenas reclamar e sentar. Precisamos buscar soluções para resolver os problemas. Tenho sempre conversado com o ministro da Economia Paulo Guedes, mostrando o que estamos precisando, onde os valores serão aplicados e o Congresso também têm nos apoiado muito para resolver esses problemas de orçamento”

Com informações e imagem da AEB

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