A Agência Espacial Brasileira (AEB), autarquia pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), anunciou, em conjunto com  Força Aérea Brasileira (FAB), responsável pelo Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no estado do Maranhão, as empresas selecionadas para realizar lançamentos de veículos espaciais não governamentais orbitais e suborbitais.  O anúncio ocorreu durante evento organizado pela Força Aérea Brasileira (FAB), na quarta-feira (28), na Base Aérea de Brasília.

O presidente da AEB, Carlos Moura, que participou da entrega de registro simbólico aos representantes das empresas selecionadas, juntamente com o chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno, destacou a importância do momento para o Programa Espacial Brasileiro. “Após a ratificação do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas pelo Congresso Nacional, este é mais um grande passo histórico para o desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro, com o objetivo de tornar o espaçoporto de Alcântara uma referência internacional, para lançamentos de vários países”, explicou.

Neste primeiro momento, três empresas americanas (Hyperion, Orion AST e Virgin Orbit) e uma canadense (C6 Launch) seguem para a fase de negociação contratual junto à Aeronáutica. O edital de chamamento público foi lançado em maio de 2020 pela Agência Espacial Brasileira e a FAB.  Um segundo chamamento público (clique aqui para acessar), referente à utilização de outra área dentro do CLA, está em andamento desde o último dia 16 de abril.

A solenidade contou com a presença do presidente da República, Jair Bolsonaro, ministros, parlamentares e embaixadores. Em seu discurso, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, astronauta Marcos Pontes, destacou a importância do espaçoporto de Alcântara para o desenvolvimento do município maranhense, além das ações de governo voltadas à região, tais como a entrega de títulos de propriedade para comunidades que vivem próximas ao Centro de Lançamento e os avanços até aqui no setor espacial brasileiro. “Esse é um momento ímpar de alinhamento entre todos os setores para o desenvolvimento do nosso programa espacial. Muita coisa ainda vem aí. Nós lançamos, desde 2019, quatro satélites brasileiros e temos feito parcerias internacionais, como o programa Artemis, dos Estados Unidos”, declarou.

O comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Baptista Júnior, lembrou a trajetória do Programa Espacial Brasileiro e as novas tecnologias que atraem investidores para o setor espacial. “A miniaturização de satélites, a incorporação de soluções inovadoras, ampliação de serviços e presença cada vez mais marcante da iniciativa privada fazem o newspace se avizinhar como a nova fronteira da exploração do espaço. Observa-se, hoje, um crescente interesse pela atividade, que demonstra a confiança do investidor no futuro do setor, tão presente em soluções, em produtos e serviços para a vida cotidiana”, disse.

O evento também lembrou a importância da aprovação, pelo Congresso Nacional, do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) com os Estados Unidos. O AST autoriza que equipamentos contendo componentes americanos, o que significa cerca de 80% do mercado, sejam lançados do Brasil, uma vez que nosso país garante a proteção de suas tecnologias.

Centro Espacial de Alcântara

O Centro Espacial de Alcântara (CEA) é considerado a “janela brasileira para o espaço”. Para fins de exploração espacial, o Centro, composto pelas instalações em Alcântara (CLA) e em Natal (Centro de Lançamento da Barreira do Inferno – CLBI), tem condições de prover diversa gama de serviços, desde o suporte logístico, passando pela integração e testes de cargas úteis e dos veículos lançadores, até o lançamento e rastreio dos objetos espaciais propriamente dito. Diversos serviços associados garantem a segurança e a confiabilidade do lançamento, tais como previsão meteorológica, rastreio por radar e telemetria, registros e análise de dados, monitoramento do espectro eletromagnético, entre outros.

Em termos comparativos, a região de Alcântara possui características singulares, entre as quais: a localização privilegiada dos sítios disponíveis, a 2º18’ ao sul da Linha do Equador, e a proximidade do mar, o que possibilita lançamentos em amplo leque de órbitas, das polares às equatoriais, com livre evolução sobre áreas desabitadas; ambiente meteorológico e sísmico favorável; baixa densidade de tráfego aéreo; condições ideais para lançamentos de pronta resposta (responsive launches); suporte logístico de uma grande cidade nas proximidade, São Luís.

Com informações do COMAER, MCTI e AEB

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